quarta-feira, 21 de março de 2012

DIA VERMELHO



03/01/2012

Hoje o grupo ficou desfalcado.
A Elaine foi passar uns dias em Berna na Suíça.
Reservamos o dia para visitas que causariam impacto.
Pela manhã fomos conhecer o Imperial War Museum of London 
Museu Imperial da Guerra.
O dia estava chuvoso e triste, combinando muito bem com o
que estava nos esperando.
 
 

 Em 1917, antes do fim da Primeira Guerra Mundial, o governo britânico decidiu criar
um museu para  guardar todos os elementos que testemunhassem aquele sofrimento.
O Imperial War Museum foi inaugurado em 1920 pelo rei George V, dentro do Crystal Palace,
edifício construído para a Exposição Universal de 1851.
Em 1936, após mudar duas vezes de endereço, ele finalmente foi instalado em seu prédio atual,
onde funcionava o .Hospital Real de Bethlem.

 

O museu foi criado para lembrar o sacrifício feito pelas pessoas envolvidas nos conflitos
e as transformações ocorridas na sociedade afetada pela guerra. Incluindo principalmente
detalhes sobre a primeira e a segunda guerra mundial.
Existem muitos depoimentos de combatentes e de seus familiares.
A entrada é gratuita.

 


Mesmo se tratando  de um assunto tão pesado e triste, os responsáveis conseguiram fazê-lo
interativo, didático e leve, mas, com certeza, se sai de lá com uma grande dose de angústia.
Mesmo nas citações das vitórias não existe ufanismo nem  bravatas.
O assunto é tratado com muita sensibilidade mostrando principalmente os efeitos
nocivos causados pelos conflitos e o sofrimento de quem viveu aqueles horrores.




Réplica das bombas nucleares  apelidadas de Little boy e Fat Man construídas pelos
Estados Unidos e que nos dias 6 e 9 de agosto de 1945 devastaram as cidades de
Hiroshima e Nagasaki no Japão.




 
O submarino exposto é aberto a visitações em todos os setores e existem vários
tipos de interatividades e demostrações.
Eles mantem no interior todos os apetrechos utilizados nas missões.
 

 
O setor do museu destinado ao Holocausto é escuro, frio e deprimente como a própria
história e choca pelos vários depoimentos de quem sobreviveu ao horror.
Não se pode fotografar ou filmar no recinto.


O Museu Imperial da Guerra organiza mostras especiais temáticas e disponibiliza ao público
arquivos com 14 mil documentos, 100 mil livros, 10 mil horas de filmes e 36 mil horas
de gravações sonoras.
Tem também uma das maiores coleções especializadas de fotografias do mundo: são mais de
6 milhões de imagens de guerra.







Acho que todos que visitam o museu saem de lá com um sentimento de pesar muito grande
pelos que lutaram, sofreram e morreram em tantas guerras e conflitos.
As palavras tolerância e diálogo ganham uma força extra para que o mundo
consiga viver em PAZ.


O período da tarde foi livre para todos.
A noite tínhamos um compromisso muito intrigante.
Faríamos o passeio Jack the Ripper, pelas ruas onde foram cometidos
os assassinatos de autoria desconhecida e que intriga e é pesquisado até
os dias de hoje.
O nome Jack o estripador, surgiu quando a polícia recebeu a primeira carta,
e o autor se denominava dessa maneira.
O Vitor não foi, preferiu  ficar em casa descansando.


 Para tornar o passeio mais instigante, enfrentamos uma noite muito fria e
o vento estava muito forte, o que tornava a sensação térmica mais gelada ainda.





 O passeio começa ao lado da  estação de Tower Hill aproximadamente as 19:30 hs.
São turmas de 20 pessoas para cada guia e vai parando nos lugares estratégicos
onde os fatos aconteceram.
Nos dias de hoje restam somente vestígios daquela Londres.
O Leste de Londres era um lugar muito pobre no fim do século 19.
Nessa época, a região passou a abrigar irlandeses expatriados e judeus refugiados.
Assim, o aumento da densidade populacional da área, somado a uma economia decrépita,
fomentou o roubo, a violência e a prostituição.
Em outubro de 1888, a London’s Metropolitan Police estimou a presença de 1,2 mil garotas
de programa e a existência de 62 bordéis em Whitechapel


 Esse foi o cenário dos crimes atribuídos a um dos assassinos de apelido mais conhecido da história: Jack, o Estripador (em inglês, Jack The Ripper). Entre 1888 e 1891, onze mulheres, em sua maioria prostitutas, foram assassinadas na região. Os assassinatos ficaram conhecidos pela polícia como The Whitechapel Murders.
 As principais correntes de estudo entendem que pelo menos cinco dessas mortes tiveram o mesmo autor, cuja identidade ainda se desconhece. Essas cinco mulheres foram assassinadas com corte de faca no pescoço e tiveram órgãos retirados de seu corpo.
  1. Mary Ann Nichols (Sexta, 31 de agosto de 1888)
  2. Annie Chapman (Sábado, 8 de setembro de 1888)
  3. Elizabeth Stride (Domingo, 30 de setembro de 1888)
  4. Catharine Eddowes (Domingo, 30 de setembro de 1888, 45 minuto depois)
  5. Mary Jane Kelly (Sexta, 9 de novembro de 1888)


O mistério que cerca  esse  criminoso é tão grande, que se formou uma legião de pesquisadores do assunto. Eles têm até nome: Ripperologists.
O Casebook, um site dedicado inteiramente aos assassinatos, apresenta uma votação de seus leitores sobre quem é o suspeito mais provável de ter cometido os crimes. James Maybrick, Francis Tumblety e Walter Sickert são os três principais.


 O livro Retrato de um assassino narra as investigações que a escritora Patricia Cornwell  fez para descobrir a identidade de Jack, o Estripador.
 Ela recorreu ao trabalho de especialistas em diversas áreas e vasculhou documentos disponíveis sobre pessoas que viveram na época. Acabou concluindo que, por trás de Jack, o Estripador, estava o renomado pintor inglês Walter Sickert (1860-1942).
Foram feitos testes a partir de resquícios de material genético encontrados em selos de cartas enviadas tanto por Jack como por Sickert. Os resultados mostram seqüências de DNA semelhantes, o que permite afirmar, com muita probabilidade, que pertenciam à mesma pessoa.
Cornwell também encontrou coincidências marcantes entre os perfis psicológicos do criminoso e do pintor. A conclusão da escritora é, sem dúvida, controversa e ainda passível de verificação, mas se baseia em evidências que poderiam justificar a reabertura do caso. 


O passeio durou em torno de 2 horas e ao final além de cansados, todos estavam gelados,
famintos e loucos para achar um lugar bem quentinho para tomar um bom vinho tinto,
Descobrimos um Pub na região de  Whitechapel, onde ocorreu o passeio e fomos muito bem
atendidos, apesar do lugar já estar quase fechando.



Foi um dia praticamente dedicado a maldade humana, mas sempre fica um aprendizado e uma
lição de vida.


FATO RELEVANTE - A sensibilidade das autoridades  inglesas para abordarem um
assunto tão pesado como a Guerra. Em nenhum momento se vangloriou com uma vitória,
mas mostrou o fato na sua essência, que uma guerra só trás dor.

MICO DO DIA - O Pub que jantamos era charmoso mas muito antigo.
Precisei de um guia para achar o banheiro. Era preciso atravessar vários corredores
escuros,  escadas apertadas e o local era tão minúsculo e baixo que a cabeça batia no teto.
Parecia que estávamos na Londres da época do Jack.





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